Programas de convivência escolar ajudam a reduzir bullying, ansiedade e isolamento entre jovens

Escolas que investem em programas de convivência contribuem para reduzir casos de bullying, ansiedade e sofrimento emocional entre crianças e adolescentes

Setembro 11, 2025 - 16:29
 17
Programas de convivência escolar ajudam a reduzir bullying, ansiedade e isolamento entre jovens

A relação entre convivência escolar e saúde mental tem ganhado destaque nos últimos anos, sobretudo diante do aumento de casos de ansiedade e depressão entre os jovens. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil lidera os índices de transtornos de ansiedade na América Latina, e cerca de 10% dos adolescentes no país apresentam sinais de depressão.
 

O cenário aponta para uma preocupação latente e que necessita do desenvolvimento de habilidades sociais, principalmente no ambiente escolar, como uma ferramenta estratégica para prevenir conflitos e promover o bem-estar coletivo.
 

De acordo com Wagner Venceslau Dias, diretor pedagógico do Colégio Leonardo da Vinci, essas ações precisam fazer parte da rotina pedagógica das instituições: “Dinâmicas em grupo, rodas de conversas, mediação de conflitos e projetos de integração entre turmas são atividades que estimulam competências como empatia, comunicação assertiva, cooperação e autocontrole, e ajudam os alunos a lidar com desafios emocionais e relacionais dentro e fora da escola”.
 

Pesquisas comprovam a relevância desse investimento. Um estudo publicado na Revista Brasileira de Enfermagem (Scielo) mostrou que intervenções voltadas ao desenvolvimento de habilidades sociais reduzem significativamente casos de bullying entre os colegas.
 

Ainda de acordo com o diretor, além de reduzir comportamentos agressivos, o fortalecimento das habilidades sociais funciona como fator protetor contra o isolamento e a exclusão. Jovens com mais recursos de comunicação e empatia tendem a criar vínculos mais sólidos, se sentem acolhidos em seus grupos e, consequentemente, apresentam melhor rendimento escolar.
 

“Isso reforça o papel das escolas como espaços de promoção de saúde mental, e não apenas de transmissão de conhecimento. Fortalecer habilidades de convivência não significa só diminuir conflitos, é também uma porta de entrada para formar indivíduos mais resilientes, conscientes de si mesmos e capazes de construir relações saudáveis. Essa é uma base essencial para o desempenho acadêmico e para a vida em sociedade”, complementa o porta-voz.
 

Outro ponto crucial levantado pelo especialista é que, quando as escolas assumem esse papel de mediação, ajudam também as famílias, umas vez que o suporte pedagógico e psicológico oferecido pelas instituições cria um elo de parceria entre escola e família, ampliando o alcance da prevenção.
 

“No Colégio Leonardo da Vinci, apostamos na continuidade dessas práticas como parte da formação integral. É e sempre será importante trazermos esse tema para debate, principalmente em época de campanha sobre saúde mental. Temos que auxiliar os nossos jovens a se prepararem para esses desafios emocionais e sociais em um mundo complexo, estimulando uma cultura de paz e respeito mútuo”, finaliza Dias.