19/11, Dia do Enxadrista: como a prática do xadrez pode transformar a aprendizagem na escola

Jogo é ferramenta pedagógica que estimula o raciocínio lógico, concentração e competências socioemocionais, impactando o desenvolvimento integral dos alunos

Novembro 19, 2025 - 11:22
 21
19/11, Dia do Enxadrista: como a prática do xadrez pode transformar a aprendizagem na escola

O xadrez surgiu na Índia por volta do século VI, tendo sido levado depois para a China, a Pérsia e o mundo árabe. Quando chegou à Europa durante a Idade Média, as regras e a aparência do jogo tornaram-se mais próximos do que conhecemos hoje, incluindo peças como o rei, rainha, bispo e torre, representações das figuras sociais da época.
 

Por ser um jogo que pode ser praticado por crianças, jovens e adultos, o tabuleiro se torna um espaço inclusivo, onde diferentes faixas etárias encontram desafios que promovem tanto o desenvolvimento cognitivo quanto o socioemocional. Na educação, o xadrez é um poderoso aliado para o aprendizado, contribuindo para o desenvolvimento do raciocínio lógico, da concentração, da criatividade e até de habilidades como resiliência e paciência.
 

“O xadrez não trabalha apenas estratégia. Ele estimula a paciência, a tomada de decisões conscientes, a análise de diferentes cenários e a aceitação dos resultados, elementos que dialogam diretamente com as competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como autoconhecimento, empatia e o uso da lógica na resolução de problemas”, explica o professor de xadrez da Escola Bilíngue Aubrick, de São Paulo, capital, Thales de Souza Battistin.
 

A escola tem o xadrez como parte do currículo escolar do Year 1 até o Year 5, possibilitando que os alunos desenvolvam habilidades que vão além do jogo, além de aulas especiais e de técnica e teoria, para os alunos que desejam se aprofundar e até participar de competições.
 

É o caso do aluno da 5ª série da Aubrick, Lorenzo Petrucci, que chegou na escola vindo de outra instituição de ensino e passou por um período de adaptação. “A mudança de escola não foi simples, já que a escola antiga não era bilíngue, e o novo ambiente trouxe desafios acadêmicos e sociais. Foi nesse contexto que o xadrez entrou em sua vida. Até então ele não sabia sequer como as peças se movimentavam, mas rapidamente se encantou pelo jogo e encontrou nele um espaço de acolhimento e motivação”, conta o pai, José Petrucci.
 

Apaixonado por matemática, Lorenzo logo se identificou com as estratégias do jogo e, incentivado pelo professor, passou a frequentar também as aulas extras de treinamento. “No início, ele sofreu com as derrotas nos campeonatos, mas aos poucos aprendeu a lidar com os resultados, entendendo que, assim como em qualquer esporte, é preciso treino, disciplina e dedicação. Esse amadurecimento fez diferença não apenas no jogo, mas também na escola e no convívio com os colegas”, completa o pai do jovem.
 

Em pouco mais de um ano de prática, o impacto é notável: o xadrez ajudou Lorenzo a melhorar sua concentração, paciência e desempenho escolar. No aspecto socioemocional, ele se tornou mais confiante, fez novas amizades; além de estar participando de torneios com resultados satisfatórios, mesmo com pouco tempo de prática de xadrez. “Como pai, é gratificante observar que o xadrez não é apenas uma paixão, mas também uma ferramenta que tem contribuído para seu crescimento acadêmico, pessoal e social”, diz José Petrucci, orgulhoso.
 

Na opinião do professor de xadrez da Aubrick, além de fortalecer o desempenho acadêmico, o xadrez auxilia também no aspecto socioemocional, favorecendo a convivência em grupo e a construção de relações mais saudáveis.
 

“Nas aulas e competições, percebemos como os alunos aprendem a respeitar o tempo do outro, a lidar com vitórias e derrotas de forma equilibrada e a persistir diante dos desafios”. Isso mostra que o xadrez é uma ferramenta pedagógica poderosa, que ultrapassa o jogo em si e contribui para a formação integral do estudante. “O xadrez tem uma riqueza pedagógica imensa. Cada partida é uma lição de estratégia, paciência e raciocínio, valores que se alinham com a missão da nossa escola de formar cidadãos preparados para o mundo”, conclui o professor.